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Entenda de uma vez por todas sobre a Hipertensão Arterial Sistêmica (pressão alta)!!

  • Foto do escritor: Jorge Depieri
    Jorge Depieri
  • 3 de jun. de 2023
  • 5 min de leitura

Atualizado: 25 de jun. de 2023


Olá, leitores! Bem-vindos ao blog Dr. Me Ensina! No artigo de hoje, vamos abordar um tema muito importante: a hipertensão arterial sistêmica, também conhecida como pressão alta. Vamos entender o que é, por que acontece e como podemos aferir e classificar a pressão arterial. Além disso, vamos explorar os riscos associados a essa condição quando não cuidada adequadamente. Fiquem atentos, pois no próximo artigo abordaremos os tratamentos, tanto medicamentosos quanto não medicamentosos.


A hipertensão arterial sistêmica é caracterizada pela elevação crônica da pressão arterial. Isso ocorre quando a força exercida pelo sangue nas paredes das artérias é maior do que o normal. Essa condição pode causar danos em órgãos vitais, como o coração, o cérebro, os olhos e os rins.


Para compreender melhor, vamos fazer uma analogia com uma mangueira. Quando apertamos a ponta da mangueira, aumentamos a pressão dentro dela, e o jato na ponta sai forte e rápido. No corpo, é semelhante. Agora, imagine as artérias como essa mangueira toda apertada... Isso faz com que o sangue flua rapidamente e de forma turbulenta, causando lesões microscópicas contínuas nas paredes dos vasos sanguíneos. Essas lesões podem levar a complicações como acidente vascular encefálico (AVC), infarto, lesões nos vasos dos olhos e insuficiência renal.


A pressão arterial é determinada pelo volume de sangue bombeado pelo coração e pela resistência oferecida pelas artérias ao fluxo sanguíneo. Quando as artérias estão rígidas ou contraídas, a resistência aumenta, e a pressão arterial se eleva. A pressão arterial é medida em milímetros de mercúrio (mmHg) e é composta por dois valores: pressão sistólica, que é a pressão exercida pelo sangue quando o coração está bombeando, e pressão diastólica, que é a pressão exercida quando o coração está relaxado entre as batidas.


Classificação


A hipertensão arterial é classificada em estágios, de acordo com as diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

  • Pressão ÓTIMA: menor que 120 (sistólica) e menor que 80 (diastólica)

  • Pressão NORMAL: entre 120 e 129 (sistólica) e entre 80 e 84 (diastólica)

  • Pré-hipertensão: entre 130 e 139 (sistólica) e entre 85 e 89 (diastólica)

  • Hipertensão Estágio 1: entre 140 e 159 (sistólica) e entre 90 e 99 (diastólica)

  • Hipertensão Estágio 2: entre 160 e 179 (sistólica) e entre 100 e 109 (diastólica)

  • Hipertensão Estágio 3: maior que 180 (sistólica) e maior que 110 (diastólica)


É importante ressaltar que o valor que importa é o maior. Por exemplo, se a pressão é de 165 por 85, sendo que 165 está entre 160 e 179 (hipertensão estágio 2), enquanto a diastólica está entre 85 e 89 (pré-hipertensão), prevalece a classificação de hipertensão estágio 2.


Você pode estar se perguntando: sempre me disseram que a pressão normal era 12 por 8, por que agora está falando em números tão altos?? Na verdade, para facilitar a compreensão, reduzimos os números, utilizando o formato conhecido como "12 por 8", que nada mais é do que 120 por 80.


Porque acontece?


A hipertensão arterial sistêmica pode ser causada por uma variedade de fatores, que podem ser classificados como "modificáveis" e "não modificáveis". Os fatores modificáveis são aqueles em que podemos intervir para prevenir ou melhorar a condição, como dieta, obesidade, tabagismo, sedentarismo, consumo excessivo de álcool, estresse e síndrome de apneia obstrutiva do sono. Já os fatores não modificáveis são aqueles que já possuímos desde o nascimento, como histórico familiar, fatores genéticos, etnia, idade, prematuridade e baixo peso ao nascer.


Esses fatores podem levar a alterações no sistema nervoso e hormonal que regulam a pressão arterial. Na maioria dos casos, a hipertensão não tem uma causa definida, sendo chamada de Hipertensão Essencial (Primária). No entanto, também pode ser uma consequência de outras doenças, como doenças renais, endócrinas ou cardíacas. Em casos em que a hipertensão se manifesta precocemente, é importante investigar se há alguma causa subjacente para o aumento da pressão.


E ela causa sintomas?


É importante destacar que, em muitos casos, a hipertensão arterial sistêmica pode não apresentar sintomas óbvios, mas ainda assim pode causar danos aos órgãos vitais. Portanto, não espere ter sintomas relacionados à pressão arterial. Cuide da sua saúde e faça exames regulares, mesmo na ausência de sintomas, pois as consequências da hipertensão não controlada podem ser desastrosas.


Para diagnosticar a hipertensão arterial sistêmica, é necessário medir a pressão arterial em diferentes momentos do dia e durante vários dias. Além disso, exames laboratoriais frequentes são importantes para verificar se há danos aos órgãos.


Duas dicas valiosas!!!


A primeira dica é anotar suas medições de pressão em um caderninho. Faça uma tabela simples com data, horário e valores da pressão arterial. Se achar muito complicado ou não tiver tempo, faça isso por pelo menos 5 dias antes da consulta médica, anotando a pressão arterial três vezes ao dia nesses 5 dias. Leve os resultados para o médico, assim ele terá uma ideia mais precisa de como sua pressão arterial tem se comportado em casa e poderá ajustar o tratamento adequadamente.


A segunda dica valiosa é adquirir um esfigmomanômetro digital de braço, como mostrado nas imagens. As medições feitas com esse tipo de aparelho são mais precisas. Não deixe de comprar um! Não é possível controlar efetivamente a pressão arterial sem medir em casa para saber como ela está. No futuro, você vai agradecer por essas dicas, pois estudos comprovam que o controle adequado da pressão arterial aumenta a expectativa de vida e melhora a qualidade de vida.


Espero que essas informações tenham sido úteis para você compreender melhor a hipertensão arterial sistêmica. Fique atento(a) aos seus hábitos de vida, faça acompanhamento médico regular e siga as recomendações para controlar sua pressão arterial. Cuide da sua saúde e viva melhor!



Aparelhos recomendados:






Referências Bibliográficas

  1. Malachias, M. V. B. (2016). 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial: apresentação. Arquivos brasileiros de cardiologia, 107, XV-XIX.

  2. World Health Organization. (2019). Hypertension. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/hypertension

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  4. Mayo Clinic. (2021). High blood pressure (hypertension). https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/high-blood-pressure/symptoms-causes/syc-20373410

  5. Chobanian, A. V., Bakris, G. L., Black, H. R., Cushman, W. C., Green, L. A., Izzo Jr, J. L., ... & Roccella, E. J. (2003). The seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure: the JNC 7 report. Jama, 289(19), 2560-2572.

  6. Whelton, P. K., Carey, R. M., Aronow, W. S., Casey Jr, D. E., Collins, K. J., Dennison Himmelfarb, C., ... & Wright Jr, J. T. (2018). 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ASH/ASPC/NMA/PCNA guideline for the prevention, detection, evaluation, and management of high blood pressure in adults: executive summary: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Clinical Practice Guidelines. Hypertension, 71(6), 1269-1324.

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